A ABS-Rio tem o prazer de apresentar a degustação Vinhos de terrenos vulcânicos de várias regiões ao redor do mundo. Serão degustados vinhos de diferentes castas da Hungria, Itália, Chile e EUA. O evento será conduzido pelo professor Marco Cestrone, no próximo dia 26, na sede da ABS, no Flamengo.

 

Sicília, Itália

 

Os vulcões são fenômenos naturais que se localizam em áreas onde as placas tectónicas convergem-se, ou seja, entram em contato e se formam por meio do acúmulo de magma no interior da terra. A pressão e calor existentes no manto terrestre forçam a expulsão do magma: são abertas fendas, em forma de cone, para que esse magma atinja a superfície, gerando erupções vulcânicas

Os terrenos de origem vulcânicas no mundo correspondem a 124 milhões de hectares, ou seja, aproximadamente, a 1% da superfície da terra, porém, graças a própria fertilidade, fornecem o sustentamento a 10% de toda a população mundial.

O efeito que os solos de origem vulcânica têm sobre a vitivinicultura são bem característicos: os vinhos elaborados a partir destes terrenos tem em comum uma mineralidade bem presente devido as componentes minerais deixadas nos solos após atividade eruptiva.

Não podemos falar em vinhos vulcânicos, mas sim em vinhos de terrenos vulcânicos pois os efeitos das erupções influenciam de forma diferente os diversos solos, proporcionando uma variedade muito distinta de vinhos em função das interações entre elementos de origem vulcânicas e seus terroirs.

 

 

DEGUSTAÇÃO

No evento Vinhos de terrenos vulcânicos, Marco Cestrone guiará os participantes na degustação de cinco vinhos de três continentes e de terrenos vulcânicos diferentes, começando pela Hungria e passando pela Itália, Chile e EUA. Conheça cada um dos rótulos selecionados:

 

Hungria – Vinho Tokaji Furmint Mandolás 2019

A Hungria, apesar de não ter mais vulcões ativos, tem uma extraordinária história vulcânica desde o aparecimento dos dinossauros até 2 milhões de anos atrás. Das 22 regiões vinícolas em seu território 4 são de clara origem, vulcânica e a mais famosa é a da Tokaj-Hegyália, área ao nordeste da Hungria nas colinas que estão aos pés dos montes Zemplen. É justamente nesta área, mundialmente conhecida por produzir um dos vinhos de sobremesa mais conceituados, o Tokaji Aszú, cujas uvas atacadas pelas botrytis cinérea são perfeitamente passificadas, que a família Álvarez, dona da icônica Vega Sicília da Espanha, produz desde 1993 vinhos brancos maravilhosos baseados na casta Furmint, como o Tokaji Mandolás, um vinho diferente porque seco, de nítida pegada de solos vulcânicos, mas extremamente elegante, fermentando e envelhecido em madeira.

 

Itália – Vinhos Greco di Tufo Docg 2020 e Etna Rosso Doc Santo Spirito 2018

Nenhum outro país pode representar melhor os vinhos de terrenos vulcânicos que a Itália, pois é justamente na velha bota que temos vulcões extintos, dormentes e ativos, todos influenciando de forma diferente os solos ao redor. Começaremos tomando um Greco di Tufo DOCG, denominação da Campania, com solos ricos de resíduos vulcânicos provenientes do Vesuvio e dos outros vulcões do “arco vulcânico campano”. Vinho elaborado com a casta Greco que, ao contrário da Falanghina, é extremamente difícil e “rebelde”, de baixos rendimentos, de fácil oxidação, mas quando bem cuidada é considerado um dos melhores vinhos brancos italianos. Apesar de não ser muito frutado, o que conquista nosso paladar é sua estrutura, as vezes bastante tânica, com altos níveis de acidez e alcoolicidade, reforçada pelas características minerais devido a presença de enormes jazidas de enxofre no subsolo da cidade de Tufo, que doam ao vinho vida útil muito longa.

Já na Sicília não podia faltar o vinho que exprime a continua complexidade das interações entre erupções vulcânicas e os solos adjacentes: o Etna Rosso DOC é filho de uma complexidade de terrenos que são constantemente modificados pelas contínuas erupções do vulcão Etna, que molda os solos ao seu redor criando uma variedade de crús com características diferentes em função da influência dos resíduos das erupções. Aqui a casta Nerello Mascalese se exprime de forma sublime: de amadurecimento tardio, a sua cor é associada ao Pinot noir ou Nebbiolo pela transparência da tonalidade de vermelho, com acidez pronunciada e taninos importantes, e com aromas maravilhosos de frutas do bosque, cereja preta, cassis, tabaco e quando envelhecido notas de cogumelos.

 

Chile – Vinho Vulcanes Igneo Red 2018

Localizado no sudeste do Anel de Fogo ou Círculo de Fogo, área do Norte do Oceano Pacífico com cerca de 40 mil km de extensão que vai desde a Cordilheira dos Andes até as Filipinas, é considerada a área do planeta em que ocorrem mais atividades sísmicas e de vulcanismo, a qual reúne cerca de 80% dos vulcões do mundo. No Chile existem aproximadamente 500 vulcões dos quais 123 são considerados ativos, inclusive o mais alto do mundo, com seus 6893 metros, o Ojo del Salado. Os terrenos de origem vulcânicos são tantos que o Chile é, sem sombra de dúvida, o país do mundo com maior superfície desta origem, porém, até agora, os viticultores pouco exploraram este recurso.

Um dos produtores mais ativos na vinificação de vinhos de terrenos vulcânicos é a Bodega Volcanes de Chile, pertencente ao Grupos de Vinos del Pacífico (que também é dona da Viña Undurraga), e justamente degustaremos um de seus vinhos mais importantes e característico, o Igneo, que como indica o nome, é filho de solos tipicamente vulcânicos e cujo blend de Petit Shiraz e Petit Verdot cria um vinho de extrema elegância e qualidade.

 

EUA – Vinho Pinot Noire Lauréne 2015

A área norte ocidental do Pacífico é uma região geologicamente ativa, especialmente a nível vulcânico. Esta área faz parte, assim como Chile, do “Círculo de Fogo” e durante milénios os inúmeros eventos geológicos, como terremotos, erupções e glaciações, com a ajuda da erosão dos ventos, ajudaram a esculpir as atuais paisagens dos atuais estados de Washington e do Oregon. No estado do Oregon, mais precisamente na Willamette Valley, existem terrenos de várias formações, alguns vulcânicos, outros marinhos, outros ainda de limo calcário (loess) transportado pelo vento, onde a casta Pinot Noir achou seu terroir ideal e se exprime de forma bem diferente em função da composição dos solos. Neste cenário Robert Drouhin e a filha Veronique adquiriram um terreno de 95 há. em 1987 na Willamette Valley, mais propriamente na Dundee Hill que é uma sub AVA de solos vulcânicos AVA principal homônima ao nome do vale.

Para recriar o sucesso que o Domaine tem na Borganho apostaram no plantio de Chardonnay e Pinot Noir em terrenos de clara extração vulcânica e o sucesso foi garantido. O Pinot Noire Lauréne é a melhor expressão da casta da família no Oregon, seleção das melhores barricas do Domaine, concebido para ser envelhecido doando ao vinho notas sedutoras de especiarias exóticas e tons ferrosos.

 

Sicília, Itália

 

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ANOTE EM SUA AGENDA

Onde: Praia do Flamengo, 66 – Bl. 2 – sala 310
Data: 26 de janeiro de 2023, quinta-feira
Horário: 19h30 às 21h30
Vagas: Limitadas a 29 participantes
Valores: R$ 241,00 para associados ABS-Rio ativos; R$ 289,00 para não associados. Esses valores poderão ser parcelados em duas vezes.
Mais informaçõesabs@abs-rio.com.br  / WhatsApp 98496-1082  (Flamengo) e 98250-5266 (Barra) 

Evento destinado a maiores de 18 anos.

 

Data/início
26 de janeiro de 2023
Hora
19h30
Local
ABS Flamengo
Preço
R$ 241,00 — R$ 289,00

A inscrição não está mais disponível.

 

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