Os vinhos verdes – elaborados na Região dos Vinhos Verdes de Portugal, entre Douro e Minho – são tradicionalmente constituídos por um corte como é o caso de Loureiro com Pedernã ou de Avesso com Trajadura e Azal Branco. Exceções sempre foram os Alvarinho dos distritos de Monção e Melgaço, em geral, vinhos de casta única, tratando-se de variedade nobre autossuficiente, ainda que várias vezes venha cortada com Trajadura.
O caráter de frescor, leveza e aromaticidade dos nossos conhecidos e tradicionais Casal Garcia, Acácio, Magriço, Calamares… bem como de Alvarinhos como Aveleda, Soalheiro, Deu la Deu… permanecem como no passado. Algumas coisas mudaram, porém, nos últimos vinte anos. Já não se sente com a mesma frequência aquela “agulha” devida às bolhinhas de gás carbônico. E tem aparecido diversos vinhos verdes de uma só variedade de uva, diferindo da tradição portuguesa dos cortes ou lotes. Entre as brancas que hoje aparecem nos rótulos, tem-se Azal, Loureiro, Trajadura e Pedernã (ou Arinto).
A AZAL BRANCA já foi a principal variedade para vinhos brancos da região no início do século XX, posição que perdeu para a Loureiro (fora Alvarinho). Com cachos de tamanho médio, bagos grandes e compactos, é planta produtiva de maturação tardia, esverdeada no fim da maturação, originando exemplares frescos, ácidos, frutados, aromaticamente refinados, mas pouco intensos. Aparece como monocasta, por exemplo, no Don Diogo Azal.
A variedade LOUREIRO é amplamente cultivada em Lima, Braga e Guimarães. Originária do Vale do Rio Lima apresenta rendimentos generosos, cachos compridos, bagos de tamanho médio com uma cor amarelo esverdeada. Seu vinho nos traz notável aroma floral com um suporte cítrico e muito frescor. Representada como varietal no Vinho Verde Aphros Loureiro.
TRAJADURA, também nativa da região, tem maturação tardia, níveis apenas médios de acidez, porém com potencial alcoólico um pouco mais elevado. Aromas de frutas brancas, maçã verde, pera dura, agradáveis e refinados. Seus varietais têm se tornado populares, como demonstra o Quinta das Arcas Trajadura Escolha.
A PEDERNÃ, nome da ARINTO na região do Minho, é variedade que se adapta a diferentes climas e solos, de baixa produtividade e que demora a amadurecer. Com poucos cachos por planta, bagos pequenos, casca medianamente espessa de cor verde-amarelada, origina varietais muito frescos, de acidez marcante com aromas de frutas ácidas, maçã verde, limão, maracujá. É representada como vinho de casta única no Vinho Verde Branco Pedernã Porta Branca.