Em resposta à progressiva industrialização do vinho e ao aumento do uso de químicos, tanto na vinha como na adega, foram estabelecidas, na década de 1970, vinícolas que estão de acordo com princípios naturais, ecológicos ou biodinâmicos. No entanto, alguns produtores pareciam estar mais preocupados com a utilização de métodos que não prejudiquem o ambiente, do que com a qualidade dos seus produtos. Desde então, houve muito progresso na França e na Alemanha, com grande produção que provém agora da indústria orgânica.
Os vinhos orgânicos, produzidos desde a década de 1960, são os que usam apenas uvas cultivadas sem nenhum agrotóxico, mas podem ter substâncias químicas adicionadas durante sua produção (como o odiado sulfito).
Os biodinâmicos, produzidos a partir de 1924, são uma espécie de orgânicos esotéricos. Além de não utilizar química no plantio das uvas, os produtores respeitam o calendário lunar (Rudolf Steiner), fazem preparos com ervas, água da chuva e até pelos de rabo de cavalo e raspas de chifres de boi para borrifar nas parreiras (compostagem). Mas durante o processo de fabricação, a adição de compostos químicos também é permitida.
Já os naturais são os mais radicais – e os mais desejados – entre os ecoenófilos. O cultivo é feito com base nos preceitos orgânicos ou biodinâmicos. A grande diferença está no processo de fabricação. Nada pode ser acrescentado. É um vinho totalmente natural que reflete toda a sua origem. É claro que a ausência completa de conservante traz reflexos negativos. A maioria dos vinhos naturais não pode ser guardada por muito tempo tampouco suporta ser deslocada por grandes distâncias. Qualquer variação de temperatura pode provocar uma nova fermentação – e, nesse caso, o melhor que se consegue é um vinagre para temperar a rúcula orgânica.
Alguns dos melhores vinhos do mundo, como o lendário Romanée Conti, são feitos de uvas orgânicas e não usam conservantes químicos.
Bibliografia
Parte do trabalho de Ciências e Perspectivas do Vinho – Atualidades e Perspectivas Enológicas, de Elizabeth Cascão – Curso de Pós-graduação em Vinho e Cultura.
Dados da Monografia Novo Mundo Vinícola: história, desenvolvimento tecnológico e atualidades, de Elizabeth Cascão – Universidade Cândido Mendes – Pós-graduação Lato Sensu em Vinho e Cultura – novembro/2010.
Giovannini, Eduardo. Produção de Uvas. Ed. Renascença.