Roberto Rodrigues
Associado desde 1992, ex-diretor e professor da ABS-Rio. www.rrvinhos.com.br

Roberto Rodrigues organizou a Viagem Didática a Santa Catariana e acompanhou os 13 associados que se surpreenderam com a qualidade da maioria dos vinhos ali produzidos no tour, que, no período de 24 a 30 de junho. Acompanhem o roteiro do grupo.

No domingo saímos cedinho do Galeão rumo a Floripa, onde fizemos um city tour antes do almoço no Restaurante Perlage com os vinhos da Quinta da Neve apresentados pelo simpático Acari, que é um dos sócios da quinta. Tanto o Sauvignon Blanc como o Pinot Noir foram grandes surpresas. Acari não só apresentou seus vinhos como também ajudou muito na organização da viagem e nos contatos com os produtores. Após o almoço e passeios, fizemos um descanso para enfrentarmos, no dia seguinte, algumas horas de estrada.

Na segunda-feira subimos para São Joaquim, onde o frio gostoso tornava os chalés da Pousada Serra Catarinense bem atraentes, com suas lareiras e lençóis térmicos. Logo no início da noite, fomos todos visitar a Villagio Bassetti, onde o proprietário Eduardo nos recebeu para visita, degustação e um “tramonto”. Fiquei muito feliz em degustar o vinho meu xará: sim, o vinho é o “Roberto” e agradou a todos.

No dia seguinte saímos cedo para visitar a linda Villa Francione, onde degustamos seis vinhos. Saindo de lá, corremos para a Monte Agudo, onde os vinhos acompanharam um belo almoço numa paisagem muito bonita e com a simpatia de uma das proprietárias. Cansados, mas querendo aproveitar cada minuto, fomos passear pelo centro de São Joaquim lamentando não estar nevando…

Na quarta-feira fomos visitar a pequena joia da viagem: a Vinícola Leone di Venezia. Lá fomos recebidos pelo Eduardo (enólogo) e tivemos a oportunidade de degustar vinhos nos tanques, nas barricas e depois, novamente, seis dos vinhos já degustados. A cada vinho uma nova surpresa com qualidade e o preço muito correto. Não contentes, os “estudiosos” do vinho degustaram mais três vinhos varietais junto com um no estilo “Amarone” e saborearam tábuas de frios e de queijos antes de fazerem suas compras. Leone di Venezia é toda decorada com peças italianas e uma verdadeira obra de arte. Simplesmente linda.

Para assistirmos ao jogo do Brasil na Copa do Mundo, conversei com o Tio Vilson (também conhecido como Comendador), que colocou uma televisão na excelente sala de degustação da Casa do Vinho (uma loja de vinhos de primeiro nível) e nos brindou com um panorama de vinhos da região, terminando com os “vinhos do comendador”. Tio Vilson é uma simpatia em pessoa, deixou sua família para estar com a turma da ABS e ainda nos presenteou com esse panorama da região.

Dia seguinte, partida para Campo Belo do Sul, onde visitamos a Abreu Garcia e fomos recebidos pelo enólogo Leonardo. Conhecemos a vinícola, o sítio arqueológico com resquícios datados do ano 1100, a Capela de Santa Clara. Depois degustamos os vinhos e tivemos um almoço harmonizado diante de uma vista maravilhosa de todo o vale. Ao sairmos, nosso ônibus ficou atolado. Mas fizemos da situação um momento de grande diversão, com piadas e músicas das 16h às 22h, quando fomos resgatados por uma van que nos levou ao Treze Tílias Park Hotel.

Na sexta, sem ônibus, tivemos que cancelar a visita à Villaggio Grando (elogiada por todos que a conhecem), mas conseguimos ir à Vinícola Santa Augusta. Fomos recebidos pelo enólogo Marcel e pelo Leandro (do setor comercial) para visita, degustação e almoço preparado pelo chef Bruno, com uma harmonização criteriosa de vinhos. De volta ao Treze Tílias, visitamos a Kranz, onde fomos recebidos por Walter Kranz (proprietário), que faz milagres em uma pequena vinícola e fábrica de sucos (modular, desmontável, automatizada e moderna). Lá degustamos os vinhos da última safra à venda e também o premiado Cabernet Sauvignon 2009.

Muitos voltaram para o hotel e outros foram caminhar pela linda Treze Tílias, que é um pedaço da Áustria em plena Santa Catarina. À noite, a despedida foi no próprio hotel em um jantar típico italiano com música ao vivo e as cervejas artesanais produzidas no local. No dia seguinte, saímos rumo a Chapecó para retorno ao nosso Rio de Janeiro.

Esta viagem foi realmente didática, pois a maioria aprendeu muito sobre uma nova fronteira vinícola, e todos se divertiram muito, num grupo alegre, simpático e estremamente culto. Já estamos todos com saudades daqueles dias na Serra Catarinense…

Até a próxima!

Roberto Rodrigues
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