Se você dispõe de bons exemplares de vinho da safra 2009, agora completando dez anos, tem certamente motivos para comemorar os ganhos em valor ou para abri-los no inverno que se aproxima. Realmente em nenhum dos últimos 30 anos coincide que colheitas excepcionais nas margens esquerda e direita de Bordeaux (tintos de Médoc, Saint-Emilion e Pomerol, brancos secos de Graves e brancos doces de Sauternes/Barsac) tenham ocorrido no mesmo ano em que a Bourgogne (tintos), Champagne e o Loire (brancos) conseguiram resultados sensacionais, isso para falar da França.
Mas não é só.
Na Itália a safra de 2009 para Barolo e Barbaresco repetiu a façanha de 2001.
Aquele Bruno Giacosa, Pio Cesare ou Angelo Gaia 2009 que você tem bem guardado devem estar tinindo. Não há porque esperar…
O Amarone do Vêneto e o Taurasi da Campania, que não dependem tanto assim da safra por suas características especiais, não tinham resultados tão bons há quase 6 anos.
Foi também uma alegria o ano de 2009 em Ribera Del Duero, Espanha, que não via uma safra fora de série há algum tempo.
Você tem um Vega Sicília, Único ou Valbuena, 2009? Ou Alión, Pintia ou Perez Pascuas Viña Pedrosa 2009? Sei que suportariam mais alguns anos e até poderiam melhorar, mas eu abriria agora. Infelizmente não tenho rsrs…
Saindo da regra, em Portugal esse não foi um ano especial para o Douro. Parece-me, sem ter certeza, que não se declarou Vintage no ano. No Alentejo, porém, foi uma festa, de forma que, se você dispõe de um Esporão ou Herdade dos Coelheiros 2009, ou similar, vai ter enorme satisfação ao abri-lo mês que vem.
Voltando para os vinhos brancos, 2009 repetiu 2007 em termos de qualidade nos Rieslings do Rheingau, do Mosel e do Pfalz. Avance no seu Wehlener Sonnenuhr 2009 logo, Spätlese ou Auslese.
Passando para o Novo Mundo, 2009 foi o ano para os tintos na África do Sul. Austrália e Nova Zelândia passaram por perto mas não chegaram lá.
A Serra Gaúcha, no Brasil, que vinha de bons anos em 2005 e 2006, não repetiu o feito em 2009, só vindo a se recuperar em 2012 quando, então, excelentes Merlots brasileiros tiveram merecido destaque. Argentina e Chile estiveram muito bem, como se repete ano a ano em regiões de pouca chuva, mas sem excepcionalidades.
Mas, desses países, não creio que você disponha de vinhos com dez anos desde a safra. Salvo melhor juízo e a menos das honrosas exceções de sempre, seria aplicar dinheiro sem juros. Se tem algum 2009 saca logo e usa pois pode vir crise por aí…