A conservação em recipientes de madeira resulta em modificações do vinho em aspecto, odor e gosto, além de lhe aportar notável complexidade.
A madeira do Carvalho é a preferida para a montagem da barrica pois, apesar de impermeável para o líquido, de dentro para fora, permite um mínimo de intercâmbio gasoso com o exterior, de fora para dentro, a chamada micro-oxigenação favorável ao afinamento da bebida. Curiosamente, esse aporte de oxigênio pelos poros representa, apenas 20% do total; 60% entra pelas aduelas, 20% pela boca da barrica.
Existem mais de 200 espécies de carvalho mas somente duas tem características adequadas para a vinicultura. As duas procedem de florestas densas formando poucos galhos e folhas de forma que o tronco sobe verticalmente.
A primeira vem de florestas européias, particularmente francesas (Allier, Nevers, Limousin) sendo conhecida por isso como Carvalho Francês (quercus sessilis) ainda que atualmente outros do Leste Europeu se destaquem. Devido a sua maciez e porosidade tem grandes perdas e desperdício de madeira na serra. Mas seu aporte de gosto para o vinho é discreto e elegante, como se vê nos melhores vinhos de Bordeaux.
A outra vem dos bosques dos EUA, o carvalho americano (quercus Alba) ou carvalho branco americano. De madeira pouco porosa, dura e densa, apresenta menos perdas na serra, menos desperdício e mais durabilidade, o que a torna mais barata. Mas tende a transmitir ao vinho forte gosto de madeira, baunilha e coco, sendo adequados portanto para estacionamentos do vinho de até 10 meses. Mesmo assim tem boa presença nos vinhos espanhóis da Rioja que chegam a estacionar por dois anos deixando no fundo do copo um aroma de cocada preta.