Queridas leitoras, prezados leitores: eis que chego ao número 240 desta série de artigos. São 20 anos ininterruptos escrevendo a coluna Curiosidades Enológicas com a qual tento passar para vocês amenidades e informações sobre o mundo do vinho. Parte delas transformou-se em dois livros, prefaciados por nosso confrade Ivanir Tavares, conselheiro da ABS-Rio, com projeto gráfico de Paula Tavares, publicados pela Mauad Editora (www.mauad.com.br), que se juntaram aos meus outros dois livros sobre vinhos.
Com tal acervo, vejo-me em condições, com sua permissão e compreensão, de falar em assunto no qual estou envolvido diretamente.
Há exatos 10 anos, cinco empresários brasileiros resolveram desenvolver um projeto vitivinícola em Mendoza, Argentina, adquirindo para isso um terreno de 70 hectares em Luján de Cuyo, terroirconsiderado ideal para a casta Malbec.
Lá encontra-se hoje a vinícola Otaviano Bodega & Viñedos, onde são elaborados os vinhos das marcas Penedo Borges e Finca Don Otaviano (www.bodegaotaviano.com).
Ao longo desse tempo, implantamos um vinhedo de 48 hectares de Malbec, Cabernet Sauvignon, Syrah, Chardonnay e Sauvignon Blanc, além de pequenas vinhas de Cabernet Franc e Petit Verdot, e construímos uma “bodega” com capacidade anual de 200 mil litros de vinhos finos distribuídos no Brasil (RS, SP, RJ, ES, BA), na Argentina, em Nova York e Londres. Sendo tão pequena (nosso vizinho elabora 2 milhões de litros…), todo o esforço da equipe volta-se para a qualidade, o que justifica o número de prêmios internacionais que conquistamos em tão pouco tempo.
Dizem que o tempo necessário para que uma vinícola esteja totalmente consolidada é de dois séculos. Faltam-nos 190 anos apenas. Chegaremos lá…