Começou há alguns anos, quando uma importadora de São Paulo incluiu no seu catálogo vinhos de Bento Gonçalves (RS), em meio aos importados.
Parece que deu certo, pois, se a Angheben não mais aparece no catálogo da Importadora Vinci, ela continua incluindo vinhos brasileiros no seu portifólio. E outras, como a Decanter e a Mistral, passaram a fazer o mesmo.
A Vinci tem atualmente o espumante Talise Brut. Com Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico do Vale dos Vinhedos (RS), o Talise leva a assinatura do jovem enólogo Luiz Henrique Zanini, da Vinícola Vallontano.
Tem mais. Vitorioso à frente da Importadora Decanter, de Blumenau (SC), o empresário Adolar Hermann dedica-se agora também à produção de vinhos no RS e em SC. Em 2009, a família Hermann adquiriu um vinhedo em Pinheiro Machado, na Serra do Sudeste (RS), dando origem à Vinícola Hermann. Ela conta com assessoria do português Anselmo Mendes – o “Rei do Alvarinho” em Portugal –, dando aos vinhos Hermann um ar lusitano, como confirmam o branco Matiz Alvarinho, o tinto Matiz Touriga Nacional e o espumante Lírica, da casta portuguesa Gouveio com Chardonnay.
Também distribuídos pela Importadora Decanter são os brancos e tintos da Quinta da Neve, de São Joaquim, no planalto catarinense, uma sociedade dos Hermann com o empresário Acari Amorim. Brancos de Sauvignon Blanc e de Chardonnay, e tintos Cabernet Sauvignon e Pinot Noir, sendo que o Quinta da Neve Pinot Noir, que me foi apresentado pessoalmente por Acari ainda no início, está entre os melhores Pinot Noir que o Brasil já conseguiu elaborar com essa variedade complicada e refinada.
Cito finalmente os produtos brasileiros da Importadora Mistral. Um deles é o Oriundi Masi-Zanini, fruto da colaboração do citado Luiz Zanini com a empresa italiana Masi, do Vêneto, que mescla a italiana Teroldego com Tannat e Tempranillo. Os outros são oriundos da Vallontano, pequena vinícola do Vale dos Vinhedos, com espumantes, brancos e tintos. Brasileiros disputando honrosamente lugar com os importados.