Uva tinta portuguesa, a Touriga Nacional, além de originar alguns dos melhores vinhos de Portugal, no Dão e no Douro, em cortes ou como varietal, está muito na moda, tornando-se gradualmente a mais conhecida e elogiada das castas lusitanas em nível internacional.
O vinho varietal da Touriga distingue-se pela cor profunda, perfume de violetas e aroma intenso de frutas vermelhas maduras (amoras, framboesas), com nuances balsâmicas (resina, cedro…). Taninos nobres, perceptíveis mas ao mesmo tempo suaves, delicados, elegantes. Com notável simbiose com a madeira, sua passagem por barrica aumenta a sua complexidade aromática e tende a melhor estruturá-los.
Já nos vinhos do Porto, ela colabora com notas compotadas de amoras, de figo seco, de doce de amêndoas e avelãs.
Antes da devastação da filoxera, era a casta mais plantada no Dão chegando, pelo que consta, a cobrir 90% do vinhedo da região. Injustiçada por seu baixo rendimento – os vinhateiros queriam quantidade – passou a ser preterida por outras castas de maior produção e entrou em forte declínio. Com a entrada de Portugal na União Européia, o mercado passou a exigir vinhos de qualidade superior. Foi então que a Touriga teve um renascimento no Dão e passou a assumir posições no Douro, ao norte, espalhando-se depois para outras áreas vinícolas
de Portugal, ao sul.
Se hoje ela está presente na maior parte das regiões demarcadas de Portugal e é plantada em outros países, inclusive no Novo Mundo, o atual status de estrela da Touriga Nacional (TN) deve-se em grande parte a seus vinhos varietais do Douro, onde passou a ser extensivamente cultivada nos terrenos inclinados e ensolarados de solo xistoso da região. Você pode conferir, por exemplo, com o Quinta do Vale da Raposa TN, de Domingos Alves de Sousa (Decanter), ou o Monte Meão TN, da Quinta Vale do Meão (Mistral), ou o Quinta Nova TN, da Quinta N. S. do Carmo (Grand Cru), entre muitos outros. Saúde!