Em meados dos anos 1990, chegava ao Alentejo o enólogo português Paulo Laureano, bem conhecido dos enófilos brasileiros. Durante certo tempo, ele esteve à frente da Vinícola Mouchão, recebendo o apelido de “Senhor Mouchão” e ecoando o famoso tinto da Alicante Bouschet, bem como os fartos bigodes. Desde então, passou a prestar consultoria a grande número – fala-se em mais de 30 – de empreendimentos, além de criar sua própria empresa, Vinus, na região da Vidigueira. Ele surpreendeu a vitivinicultura ao identificar e recuperar a variedade portuguesa Tinta Grossa, até então considerada extinta (com trocadilho), chegando ao varietal “Paulo Laureano Tinta Grossa”.

   

 

Essa introdução nos remete ao trabalho que ele agora desenvolve na Herdade do Moinho Branco para a Ribafreixo Wines, dos empresários Mario Pinheiro e Nuno Bicó, em Vidigueira. A propriedade de 114 hectares de solo xistoso focaliza castas autóctones como a branca Antão Vaz e a tinta Alfrocheiro, entre várias outras, para chegar a quatro linhas que já surpreendem pelos nomes: Pato Frio, Gáudio, Connections e Barrancôa.

Pato Frio – uma assinatura no rótulo – surpreende com um rosé Touriga Nacional, mas inclui um branco Antão Vaz prenhe de frescor e um tinto da mistura alentejana tradicional.

Gáudio pretende ser uma explosão de alegria, expressa no branco Alvarinho e no tinto Reserva.

Connections, com a assinatura do proprietário Mario Pinheiro, surpreende com o uso somente de Chenin Blanc – exaltada no Loire e na África do Sul – em pleno Alentejo.

Barrancôa, nome de uma parcela da propriedade, surpreende pelo rótulo algo excêntrico, apenas um B grafitado, incluindo dois blends, um branco e um tinto simples e amáveis.

Surpresas bem vindas…